MELASMA
Se sofre com esse
problema?
Saiba o que
fazer
Frequentemente um dos motivos de
consulta ao médico ou dermatologista é o aparecimento de manchas na pele. E,
dentre os vários tipos de manchas que costumamos tratar, um dos mais incômodos
é o melasma. As mulheres em idade fértil são as maiores vítimas. As manchas são
escurecidas e atingem principalmente as bochechas, testa, nariz e a pele acima
do lábio superior. A pele dessas regiões acumula melanina, um pigmento
acastanhado, levando ao escurecimento.
A causa
exacta do problema, para alguns, é desconhecida.
Melasma: Na sua definição, o melasma é um distúrbio adquirido
da pigmentação, caracterizado por hipercromia da pele em áreas repetidamente
foto-expostas, principalmente na face. Tenho por hábito chamar lhes de
condutor.
O melasma é um
distúrbio pigmentar da pele caracterizado por manchas escuras que surgem, de
modo geral, na face. Sua formação está relacionada, principalmente, às
características genéticas, alterações hormonais, tais como gravidez ou uso de
anticoncepcionais, e exposição excessiva ao sol.
As manchas
nascem predominantemente em mulheres e, no período de gravidez recebem a
denominação de cloasma gravítico. Nesse caso, as manchas desaparecem após o
período de gestação. O aumento na pigmentação ocorre devido à hiperfunção
do melanócito, célula responsável pela produção do pigmento cutâneo (melanina),
originando manchas simétricas que variam a tonalidade, indo do marrom claro ao
mais escuro ou acinzentado. Existem três tipos de melasma: superficial,
profundo e misto; sendo os dois últimos os mais difíceis de tratar.
O laser CO2
fraccionado actua no combate do melasma por meio de uma tecnologia que possui
alta afinidade com água, com isso, vaporiza as moléculas de H2O presentes no organismo
do paciente quando atingem a temperatura de 100ºC. O procedimento é
realizado no próprio consultório, com anestesia local, e a recuperação é
rápida, levando entre três e sete dias. Neste tratamento a laser, o paciente
não precisa se afastar das actividades rotineiras, porém, é indicado evitar a
exposição ao sol e o utilizar frequentemente protector solar.
Os
resultados do tratamento para melasma com laser começam a ser perceptíveis logo
nas primeiras sessões, pois o laser atinge as camadas mais profundas da pele.
Em cada passada de laser, são removidos entre 25 e 50 micrómeros de tecido, com
cerca de três (3) a seis (6) sessões, cada uma com tempo de 20 a 45
minutos. É importante salientar que a avaliação de um dermatologista é
fundamental, uma vez que somente ele poderá diagnosticar o número exacto de
sessões, ao analisar o tipo e a sensibilidade da pele de cada paciente.
Quadro Clínico
O melasma é
característico de maculas simétricas acastanhadas, que variam de tonalidade,
indo do marrom claro ao mais escuro ou acinzentado. Apresentam bordas
irregulares, porém, bem definidas, poli- cíclicas ou axiformes. Localizam-se na
face acometendo as regiões malares, o lábio superior, o queixo e a região
frontal, mas podem ocorrer também no V do decote e na face extensora de membros
superiores.
Epidemiologia
É uma
condição bastante comum em altas altitudes e em países ensoleirados, onde é
alta a incidência da radiação ultravioleta. Nos países europeus, constitui a
terceira causa de consultas dermatológicas. Geralmente, em 90% dos casos o
melasma se manifesta em mulheres de idade fértil ou na menopausa.
Etiologia
A radiação ultravioleta é considerada um
factor muito relevante para a formação de melasma. A participação da radiação
solar no desenvolvimento é evidenciada em dados da literatura e, também, em
observações clínicas. Existe uma relação entre o tempo de exposição ao sol e o
aparecimento ou agravamento da pigmentação do melasma. Outra possível
influência inclui a genética, a gravidez e o uso de anticoncepcionais
hormonais. Evito abordar a questão dos solários por ética, mas porque não se
documentar sobre este assunto, tão delicado, fica ao vosso critério! Há
observações de aparecimento de melasma durante a gestação, porque os níveis de
estrógeneo e progesterona ficam elevados e isso pode causar a hiperpigmentação.
Diagnóstico
O
diagnóstico é realizado com base nas suas manifestações e na história clínica,
bastante características. De acordo com a histopatologia, o melasma pode ser
classificado em epidérmico, dérmico e misto, dependendo de onde ocorra o
predomínio do depósito de melanina.
Tratamento
O melasma é
uma dermatose inestética de grande repercussão na qualidade de vida das pessoas
afectadas, o que torna que o seu tratamento seja amplamente indicado. O
tratamento divide-se em duas fases, o clareamento das manchas e a manutenção da
pele livre das manchas. Para tanto, há necessidade de um óptimo “esquema” de
fotoproteção e um adequado uso de clareadores.
Fotoproteção
É
fundamental na terapêutica do melasma. Nenhum tratamento funciona bem sem uma
fotoproteção adequada. O fotoprotector ou protector solar deve ser de amplo
espectro (UVA, UVB, luz visível), usado em quantidade adequada e de maneira
uniforme. É necessária a aplicação várias vezes ao dia.
Agentes clareadores
A hidroquinona continua sendo uma boa terapia
para o tratamento do melasma. Devem ser usadas em concentrações baixas, pois
quanto maior a concentração, maior o poder clareador e a possibilidade de
eventos adversos, sendo mais comum a dermatite de contacto irritativa. A
hidroquinona pode ser usada como mono terapia, porém, os melhores resultados
são obtidos quando utilizada em associação a outros princípios activos, como a
tretinoína ou o acido glicólico. O ácido retinoico foi usado em combinação com a
hidroquinona para melhorar a sua penetração, porém, posteriormente, foi
observado o próprio efeito clareador.
Medidas Complementares
Os métodos
mais empregados são a microdermabrasão e os peelings químicos superficiais,
utilizados como coadjuvantes no tratamento do melasma. Todo o cuidado deve ser
revisto no sentido de prevenir qualquer complicação mais comum, como a
hipercromia pós-inflamatória. Quanto aos peelings químicos, devem ser usados
sempre superficiais e com cautela,
devido ao menor risco de complicação. Portanto, melasma não apresenta cura, mas
com esses tratamentos, têm-se um controle, o que leva a um grande ganho na
qualidade de vida.
As mulheres são as principais
vítimas. E desta vez a culpa não é dos homens mas das hormonas femininas
O melasma
atinge especialmente as mulheres. Homens representam menos de 10% dos casos. É
que um dos factores agravantes são as hormonas femininos. Por isso, nos
momentos em que a concentração de hormonas femininas no organismo aumenta, o
melasma pode piorar. Isso acontece em mulheres que estejam tomando pílula
anticoncepcional ou em gestantes.
O sol e solários? Amigo ou inimigo!
A exposição
ao sol sem protector solar piora as manchas. Mas, mesmo com filtro, elas podem
escurecer. Por isso, toda a protecção é pouca. Quem tem melasma deve usar todos
os dias um bom filtro solar, mesmo se o sol não estiver forte.
Agora, as respostas:
1 - Filtro solar é fundamental. Portadores de melasma devem usar
continuamente um filtro solar potente. Preste atenção aos seguintes itens:
Factor de Protecção Solar. Escolha FPS 30, no mínimo. O número
indica a protecção contra os raios ultravioleta B, ou UVB.
Protecção anti-UVA.
Os raios ultravioleta A (UVA) agravam o melasma.
Procure um filtro que estampe no rótulo a informação de que é eficaz contra
UVA. Hoje em dia, quase todos os bons filtros solares protegem contra UVA. Mas
nem sempre foi assim: até há pouco tempo a protecção era preferencialmente
anti-UVB. Um detalhe: os raios UVA atravessam o vidro das janelas.
Assim, use o filtro mesmo se você ficar dentro de casa ou do carro. E mais: os
raios UVA estão presentes desde a manhã até o final da tarde. Significa que
você precisa aplicar o filtro logo cedo e reaplicar a cada 3 horas, até o final
do dia.
Filtros
físicos. Filtros químicos
Existem
vários ingredientes activos que podem compor um filtro solar. Eles se dividem
em dois grupos básicos: os ingredientes físicos e os ingredientes químicos. Em
geral, o protector comprado na farmácia mistura os dois tipos na sua
composição, em proporções variadas. Os ingredientes físicos reflectem a luz do
sol. Os químicos a absorvem e a transformam em calor. Para quem tem melasma,
o mais indicado são protectores compostos por uma alta proporção de filtros
físicos. O inconveniente é que dão um efeito branco e opaco e têm textura
espessa. Mas alguns deles vêm com uma cor de base, para disfarçar o tom branco
indesejável. Bons ingredientes físicos são o óxido de zinco e o dióxido de
titânio.
2 - A pílula anticoncepcional: Como o melasma se intensifica com as hormonas femininas, a
pílula nesse caso é um veneno para a pele. Mesmo pílulas de baixa dosagem
agravam as manchas. Converse com o seu ginecologista sobre outro método
contraceptivo indicado para seu caso.
3 - A gravidez: É comum que o melasma piore
durante a gestação. Nessa fase, a atenção no uso do protector deve ser
redobrada. Quanto aos tratamentos, há clareadores especiais que podem ser
usados durante a gravidez, mas a utilização deles precisa ser supervisionada
por um dermatologista.
4 - Os tratamentos: O melhor tratamento clareador
para o melasma é à base de cremes. As respostas ocorrem após semanas ou meses
de uso de cremes, como os à base de tretinoína, hidroquinona e cortisona. Uma
boa medida é associar peelings clareadores e renovadores da pele ao tratamento
no domicilio. Completado o clareamento das manchas, é fundamental que você siga
com um tratamento de manutenção. Caso contrário, é quase certo que as manchas
voltarão. As pessoas que não melhoram com cremes clareadores, podem recorrer ao
tratamento com laser.
5 - O tratamento por via oral: Cada
vez mais se discute a utilização de comprimidos à base de anti-oxidantes contra
os efeitos do sol. A vitamina C, a vitamina E e o pycnogenol (é uma
substância extraída das folhas do pinheiro-bravo que serve para proteger as
células, tendo acção anti-rugas, é clareador da pele) têm se mostrado promissores.
O efeito de um tratamento por via oral, no entanto, ainda é controverso, mas
como Homeopata e Naturopata não deixo de aconselhar o seu uso. Na minha
opinião, casos mais complicados podem se beneficiar de um tratamento desses.
Mas se você se submeter a um tratamento desse tipo, deve interrompê-lo durante
a gravidez.
Mas existem alguns factores que
pioram o quadro
- A Tendência genética: As manchas aparecem por uma mistura de tendência pessoal (determinada pela genética), presença de hormonas femininas e exposição ao sol. Assim, pessoas com tendência genética devem evitar ao máximo a exposição solar, mesmo no dia a dia.
- A Influência hormonal: este problema muitas vezes começa ou piora com o uso dos anticoncepcionais ou durante a gestação. Como não dá lá muito bem para adivinhar qual gestante tem tendência ao melasma, recomenda-se que todas usem filtro solar diariamente.
- A Luz solar e luz visível: os raios ultravioleta, presentes na luz solar, estimulam a produção de melanina, agravando a situação. Até conta mesmo aquela pouca quantidade de sol que pegamos ao andar na rua no dia-a-dia, ou aqueles raios que passam pelo vidro das janelas e não se esqueça as do carro. Também a luz visível, seja do sol ou emitida por lâmpadas, é prejudicial.
Como eu me separo dessas manchas?
Antes de
começar o tratamento, quem tem melasma precisa compreender que sua pele é
extremamente sensível à luz. E que essa sensibilidade não muda, mesmo com o
tratamento. Por isso, se você tem, proteja-se diariamente contra a luz solar e
contra a luz visível. Faça chuva ou faça sol. A protecção deve continuar mesmo
depois que o problema for tratado. Se você relaxar depois que a pele clarear, a
mancha volta.
O filtro
solar deve proteger contra os raios ultravioleta A e B. Os melhores são os mais
opacos, que associam filtros solares químicos aos físicos, como o dióxido de
titânio ou o óxido de zinco. Use no mínimo um com FPS 30.
Repasse uma
película de filtro a cada 3 horas, ou até antes, se você suar ou se molhar. Na
praia e na piscina o cuidado deve ser redobrado: além do filtro, use boné ou
bonito chapéu, e fique na sombra durante os horários de pico do sol. A resposta
ao tratamento é pior em quem toma pílula anticoncepcional. Se o incómodo com as
manchas for grande, pense em trocar o método contraceptivo. O
dermatologista consegue avaliar se o acumular de melanina na pele é superficial
ou profundo. Isso influencia no sucesso do tratamento, já que o acumular
superficial do pigmento é mais fácil de tratar do que o profundo.
Felizmente
existem bons clareadores disponíveis que podem ser usados em cremes de uso
caseiro. É o caso da hidroquinona, da tretinoína, ácido glicólico e outros
mais. Normalmente complementamos o tratamento com peelings químicos realizados
em gabinete. Nos casos muito resistentes, existem alguns lasers que podem
ajudar. O resultado costuma aparecer após um ou dois meses de tratamento.
Em aproximadamente meio ano a melhora é grande. Depois disso, recomendo um
tratamento de manutenção, enfatizando sempre a protecção solar.