Cólica intestinal
Caracterizada por Dores de forte intensidade, as cólicas intestinais acontecem na região abdominal e são acompanhadas principalmente por diarréias e espasmos intensos, como se algo estivesse “se torcendo” dentro do abdome. É no intestino delgado que os alimentos são selecionados para absorção. O que não é aproveitado é empurrado na direção do intestino grosso, através do movimento peristáltico, involuntário e progressivo, próprio dos órgãos ocos que, por meio dessas contrações coordenadas e sucessivas, empurra o bolo alimentar para a frente. No intestino grosso se processa especialmente a absorção da água. A velocidade com que isso ocorre depende do tipo de alimentação. Alguns alimentos aceleram o processo e lesam a mucosa, causando diarréia. Outros retardam o trânsito dos alimentos. Comer em excesso pode alterar essas contrações (peristaltismo), que perdem a regularidade e se tornam espasmódicas, causando as cólicas intestinais. Nos recém-nascidos, é completamente normal que aconteçam cólicas intestinais como conseqüência da imaturidade do controle intestinal e do desconforto causado pela não eliminação dos gases produzidos pela fermentação do leite ingerido. Esses gases acabam presos no intestino, causando distensão e dor = a cólica. Começa por volta da segunda semana de vida e desaparece por volta do terceiro mês. O fator emocional, tanto em adultos como em bebês, é importantíssimo. Nos recém-nascidos, quanto mais importância os pais dão à cólica, mais inseguros e angustiados ficam os bebês e mais forte e presente a cólica se torna, prevalecendo esta memória por longos anos. Nos adultos, muitos dos casos de crises de cólicas intestinais são desencadeadas por situações de estresse, angústia e ansiedade. O tratamento inclui o uso de medicamentos como os antiespasmódicos, para relaxar a musculatura lisa da parede do intestino, regularizando as contrações espasmódicas. Se o seu intestino não funciona bem, não veja isso como algo natural. Se as fezes apresentam sangue ou muco, não perca tempo. Procure o mais rápido possível atendimento médico.
GASES INTESTINAIS,CÓLICAS,MUCO E FEZES ALTERADAS
Cerca de 50% dos pacientes que procuram atendimento gastroenterológico sofrem de problemas funcionais, ou seja, não apresentam lesão orgânica no aparelho digestivo demonstrável pelos métodos propedêuticos atuais. Entre as doenças funcionais, a síndrome do intestino irritável (SII) é a mais freqüente.
Trata-se de uma alteração da motilidade do tubo digestivo caracterizada clinicamente por anormalidades do hábito intestinal (obstipação e/ou diarréia) e dor abdominal, na ausência de patologia orgânica demonstrável.
Embora a terminologia (SII) sugira alterações limitadas aos intestinos, todo o trato digestivo pode ser afetado do ponto de vista motor.
Recentemente, numa reunião internacional em Roma, estabeleceu-se um consenso para o diagnóstico da SII, conhecido como Critérios de Roma II.São eles:
1. presença em pelo menos 12 semanas (não necessariamente consecutivas), durante os últimos 12 meses, de desconforto ou dor abdominal com duas de três características:
a. alívio com a defecação;
b. início associado à alteração na freqüência das evacuações (mais de três vezes/dia ou menos de três vezes/semana);
c. início associado à alteração na forma (aparência) das fezes (fezes endurecidas, fragmentadas, em “cíbalos” ou “caprinas” e fezes pastosas e/ou líquidas).
2. vários sinais e sintomas foram apontados como elementos de reforço ao diagnóstico da SII:
a. esforço excessivo durante a defecação;
b. urgência para defecar;
c. sensação de evacuação incompleta;
d. eliminação de muco durante a evacuação;
e. sensação de plenitude ou distensão abdominal.
Os pacientes com SII com predomínio de diarréia apresentam mais de três evacuações/dia, fezes líquidas e/ou pastosas e necessidade urgente de defecar. Já os com SII com predomínio de obstipação (ou constipação) evacuam menos de três vezes/semana, as fezes são duras e fragmentadas (fezes em “cíbalos” ou “caprinas”), e realizam esforço excessivo para evacuar (evacuações laboriosas).
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