segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Labirintite? Tontura? Meniére? Inflamação, compressão ou hipoglicemia?
O ser humano consegue manter o equilíbrio porque seu cérebro recebe um conjunto de informações que processa para definir qual é a posição dela no espaço. Quais são essas informações? São informações tácteis, essas percebidas pela pele e que chegam através dos músculos e articulações, as ópticas (por isso quando fechamos os olhos podemos perder a noção do equilíbrio) e as auditivas que vêm através dos sons.Para entender melhor o que é labirintite, uma doença que pode comprometer o equilíbrio, é preciso conhecer um pouco a anatomia do ouvido interno, atrás da membrana do tímpano. Ele é constituído pela cóclea, uma estrutura enovelada semelhante a um caracol que contém as terminações do nervo auditivo, e por três canais semicirculares. Logo abaixo deles está o vestíbulo. Todas as células que revestem essas estruturas têm a característica de receber as ondas sonoras que fazem vibrar o tímpano e, identificando essas vibrações, transformá-las em estímulo nervoso, em sinal eléctrico que através do nervo auditivo alcança o cérebro onde são descodificados os impulsos recebidos.Quando essas estruturas sofrem processos inflamatórios, infecciosos, destruições ou compressões mecânicas podem provocar os sintomas próprios da labirintite.
Sintomas
A labirintite é uma doença que pode acometer tanto o equilíbrio quanto a parte auditiva. Os órgãos responsáveis pelo equilíbrio e pela audição estão situados dentro do ouvido interno e se comunicam com o sistema nervoso central através dos nervos da audição e do nervo vestibular. Doenças infecciosas, inflamatórias, tumorais e mesmo alterações genéticas podem ocasionar alterações nessas estruturas anatômicas. Essas patologias podem provocar sintomas como vertigem e tonturas.
Dúvidas freqüentes:
Então qual é a diferença entre vertigem e tontura? Vertigem vem do latim “vertere” e quer dizer rodar. A definição clássica de vertigem é alucinação do movimento. Tontura admite outras definições. O indivíduo tem a sensação de desequilíbrio, de instabilidade, de pisar no vazio, de que vai cair.
Quais os sintomas que diferenciam a crise de labirintite da tontura comum que a pessoa sente porque se alimentou mal, por exemplo?
Na vertigem, o indivíduo vê os objetos do ambiente rodarem ao seu redor ou seu corpo rodar em relação ao ambiente. Pode parecer a mesma coisa, mas não é. São duas manifestações diferentes. Uma é subjetiva e a outra, objetiva. Esses sintomas, associados ou não a náuseas, vômitos, sudorese caracterizam a crise labiríntica típica. Sentir-se mal e ter a sensação de desmaio podem ser sintomas de hipoglicemia, de hipotensão ou de uma síncope e nada têm a ver com o labirinto. É o caso do indivíduo que vai à igreja, por exemplo! sem comer, fica sentado muito tempo na mesma posição, tem uma queda nos níveis de açúcar e sente-se mal, com náusea.
Além de sentir as coisas a girar, que outras características tem a labirintite?
Além da vertigem, a labirintite pode apresentar manifestações neurovegetativas, ou seja, na fase aguda a doença pode ser acompanhada por náuseas, vômitos, sudorese e até por alterações gastrintestinais. Ela pode também estar associada a manifestações auditivas, como perda de audição, sensação de plenitude auditiva (sensação de ouvido cheio ou tapado), zumbido. Trata-se de manifestações audiovestibulares que podem acompanhar a crise de vertigem, embora nem isso nem o inverso sempre aconteça.No entanto, existem quadros completos que ocorrem, por exemplo, na Síndrome de Ménière, uma doença comum cujas principais características são crise vertiginosa acompanhada de surdez fluctuante, zumbido e alterações neurovegetativas, como náuseas, vômitos, mal-estar e diarréia, que impedem o paciente de locomover-se, de movimentar-se.
A Labirintite em criança existe, mas é pouco freqüente.
Qual a relação entre labirintite e idade?
A labirintite incide mais na idade adulta a partir dos 40 ou 50 anos, decorrente de alterações metabólicas e vasculares. Níveis aumentados de colesterol, triglicérides e ácido úrico podem acarretar alterações dentro das artérias, alterações essas que diminuem a quantidade de sangue nas áreas do cérebro e do labirinto.
Como agem os medicamentos usados para tratar labirintite?Há vários tipos de medicamentos. Há os vasodilatadores que facilitam a circulação sangüínea porque melhoram o calibre dos vasos muitas vezes reduzido pelas placas de ateromas. Existem os labirinto-supressores, drogas que suprimem a tontura através de sua acção no sistema nervoso. Existem, ainda, aqueles que actuam sobre outros sintomas, suprimindo a náusea, o vômito e o mal-estar.
Sem tratamento, quanto tempo a crise costuma durar?Dependerá do tipo da doença. A fase aguda pode durar de minutos ou horas a dias conforme a intensidade da crise. Geralmente na doença de Ménière, caracterizada por vertigem com náuseas, vômitos, perda auditiva e zumbido, é necessário sedar o paciente, porque na maior parte das vezes a crise é desencadeada pelo estresse. Nesse caso, elas podem ser mensais, anuais ou desaparecerem por dois ou três anos.
As crises podem ter alguma relação com a prática de exercícios físicos?O exercício físico provoca um desgaste, pois queima muitas calorias. Se a pessoa fizer exercício sem um preparo prévio adequado, por exemplo, sem ingerir alimentos que mantenham a taxa de glicose no sangue em bom e optimo nível, em decorrência da hipoglicemia pode ter queda de pressão, alterações no sistema vestibular, tontura, mal-estar e desequilíbrio.
A pessoa que tem crises com determinada freqüência, além de tomar remédios, o que deve fazer para evitá-las?Geralmente essa pessoa sabe quais são os factores que desencadeiam as crises. Ela mantém-se em equilíbrio por informações que partem do labirinto e vão para o cérebro. São informações visuais, táteis ou que partem de seus músculos e articulações. Quando ocorre uma informação errada no cérebro, o indivíduo tem tontura, tem vertigem. Às vezes, são factores visuais. Há pacientes que não podem ver objetos em movimento, nem mesmo a movimentação das imagens na televisão ou na tela do computador.
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